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quarta-feira, 23 de setembro de 2015

Lendo o Diário de 2002 (aos 13 anos)

Quanto mais eu leio meu velho diário, mais eu vejo sintomas do meu transtorno bipolar. É uma pena que ninguém da minha família tenha percebido e me ajudado. Mas quando se nasce por acidente, filha de um casal de adolescentes de 15 e 16 anos, não dá pra esperar muito. Eu vivia pra la e pra ca, pais separados. Separados não, como se separa o que nunca se uniu? Bom, crescer sem referência de família não é frescura, é um problema. Ser abusada sexualmente na infância é um problema maior ainda. Mas falarei sobre isso em outro momento. Não era normal uma adolescente passar semanas chorando querendo morrer, enquanto em outras tava reunida com vários amigos, elaborando milhões de planos. Não dá pra descrever aqui, mas, quanto mais leio, menos eu tenho dúvida sobre meu transtorno não ter surgido da noite pro dia. Incrível como eu sofri durante minhas crises na infância e adolescência, mas, graças a Deus, quando eu não estava em crise eu pude aproveitar bem minha vida, valorizando as amizade e as boas ações dos projetos sociais, principalmente fazendo visitas ao orfanato la perto de casa, eu fazia o que me fazia feliz...

2 comentários:

  1. Pois o teu contexto é um pouco parecido com o meu com a diferença que os meus pais são casados à 51 anos mas nem isso fez com reparassem que eu estava com problemas e logo na pequena infância.
    Por isso acho que a doença já connosco e não se devolve por acontecimentos horríveis que nos acontecem. Há muitas pessoas que foram vítimas de abusos e nem por isso desenvolveram a doença bipolar.
    Eu aceitei, sou bipolar e tenho que viver com isto e andar para a frente, Pronto tenho os meus truques e consigo viver uma vida muito normal.

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  2. Espero aprender todos os seus truques, pois gostaria muito de formar uma linda família como a sua! :)

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