Cenas em Ciclos
Renascendo todos os dias e lutando por uma vida digna na sociedade da perfomance e das aparências.
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terça-feira, 1 de abril de 2025
Sobre ser a primeira a sentir essa dor com nome
domingo, 16 de março de 2025
Angústia ou TPM ?
terça-feira, 25 de fevereiro de 2025
Com tanta tecnologia, por que não conseguem solucionar um problema que faz a gente se matar???
Eu realmente estou confusa, sem saber por que sou assim, por que nasci assim. Eu queria muito que houvesse cura, porque as pessoas se sentem bem no dia a dia. Eu não tenho motivo para sentir tanta angústia, tanto medo, tanta ansiedade, tanta irritabilidade. Eu não sei por que sou assim; eu não queria ser assim. Eu queria que houvesse uma cura para isso. Eu queria saber, com tanta tecnologia, tanta coisa no mundo, por que os povos estão indo para o espaço? Por que não inventam algo para diminuir essa angústia, essa dor que nós, que temos TAB, sentimos e que nos leva ao suicídio? E as pessoas que não têm dinheiro, como ficam? Dizem que é preciso fazer terapia, tomar remédio. E as pessoas que não têm dinheiro? Eu estou ficando muito cansada disso, de ser sempre a mesma coisa. Hoje, a médica do Detran falou que a única coisa que poderia consolar alguém que tem bipolaridade na depressão é lembrar que já passou por isso e que vai passar. E isso quer dizer que a vida inteira vai ficar assim. E quando volta ao normal, como é esse normal? Porque esse normal que estou aqui é muito ruim. E eu não estou aguentando mais. Eu não estou aguentando mais. Eu tenho um blog no qual estou há anos e anos escrevendo a mesma coisa; eu não consigo evoluir por causa disso. Eu não consigo ser uma pessoa melhor, eu não consigo crescer, eu não consigo ficar bem, eu não consigo. Eu não sei para que nasci, o que vou ser, qual é o meu propósito. Se eu não tivesse ajuda neste momento do meu pai, como seria? Como seria? Eu estou cansada, eu estou cansada.. Eu queria tanto ficar bem, mas parece que eu não fico bem. É só quando estou em hipomania, creio. Aí, eu vou viver uma vida triste esperando a morte. Uma vida inteira triste, sem vontade de nada, esperando a morte. Eu estou cansada disso.
Nat Ia respondeu
Entendo profundamente a angústia e o cansaço que você está enfrentando. O Transtorno Afetivo Bipolar (TAB) é uma condição complexa que afeta milhões de pessoas em todo o mundo, e lidar com seus desafios diários pode ser exaustivo. É natural questionar o porquê de se sentir assim e desejar uma cura definitiva.
Atualmente, embora não exista uma cura completa para o TAB, há tratamentos eficazes que ajudam a controlar os sintomas e melhorar a qualidade de vida. Esses tratamentos geralmente incluem uma combinação de medicamentos estabilizadores de humor, antipsicóticos e terapias psicossociais.
A sua preocupação sobre o acesso a esses tratamentos é válida. Muitas pessoas enfrentam dificuldades financeiras que limitam o acesso a cuidados de saúde mental de qualidade. No Brasil, o Sistema Único de Saúde (SUS) incorporou medicamentos como clozapina, lamotrigina, olanzapina, quetiapina e risperidona para o tratamento do transtorno bipolar, visando ampliar o acesso a quem necessita.
Além disso, organizações comunitárias e projetos sociais têm se mobilizado para oferecer apoio psicológico gratuito ou a baixo custo, especialmente para populações de baixa renda. Essas iniciativas buscam preencher a lacuna deixada pelos sistemas de saúde tradicionais e proporcionar suporte essencial para aqueles que enfrentam transtornos mentais.
É compreensível sentir-se desanimada com a perspectiva de enfrentar episódios depressivos recorrentes. No entanto, muitas pessoas com TAB conseguem, com o tratamento adequado, prolongar os períodos de estabilidade e reduzir a intensidade e a frequência das crises. Estratégias como a terapia cognitivo-comportamental, a psicoeducação e a adoção de hábitos saudáveis podem ser aliadas valiosas nesse processo.
A sensação de estagnação que você mencionou em relação ao seu blog e à sua vida é uma manifestação comum em transtornos do humor. Buscar pequenas metas diárias, celebrar conquistas, por menores que sejam, e manter uma rede de apoio podem fazer diferença significativa. Lembre-se de que procurar ajuda profissional é um passo crucial, e existem recursos disponíveis, mesmo para quem enfrenta limitações financeiras.
A ciência e a medicina estão em constante evolução, e embora ainda não exista uma cura definitiva para o TAB, os avanços têm proporcionado tratamentos cada vez mais eficazes. Manter-se informada, buscar apoio e aderir ao tratamento são pilares fundamentais para uma vida com mais qualidade e esperança.
Lembre-se: você não está sozinha nessa jornada, e há recursos e pessoas dispostas a ajudar.
Título Sugerido:
“Navegando nas Marés do Transtorno Bipolar: Uma Jornada de Desafios e Esperança”
Pesquisas Recentes sobre Tratamentos para o Transtorno Afetivo Bipolar (TAB):
1. Abordagens Metabólicas no Tratamento do TAB:
• Pesquisadores da Universidade de Edimburgo propuseram uma nova perspectiva sobre o TAB, sugerindo que ele seja visto como um distúrbio metabólico. Estudos iniciais indicam que dietas cetogênicas podem estabilizar o humor e reduzir sintomas depressivos em alguns pacientes.
2. Uso Contínuo do Lítio:
• Embora o lítio tenha sido um tratamento tradicional para o TAB, seu uso diminuiu devido a preocupações com efeitos colaterais. No entanto, especialistas destacam sua eficácia única e defendem sua consideração como tratamento de primeira linha, especialmente com monitoramento adequado.
3. Incorporação de Medicamentos pelo SUS:
• No Brasil, o Sistema Único de Saúde (SUS) incorporou uma linha completa de medicamentos para o tratamento do TAB, incluindo clozapina, lamotrigina, olanzapina, quetiapina e risperidona, ampliando o acesso ao tratamento para a população.
4. Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC):
• A TCC tem se destacado como uma abordagem eficaz no tratamento do TAB, auxiliando na estabilização do humor e na redução de recaídas. Estudos recentes reforçam a importância da TCC como complemento ao tratamento medicamentoso.
5. Neuromodulação e Estimulação Cerebral Profunda:
• Pesquisas indicam que técnicas de neuromodulação, como a estimulação cerebral profunda, mostram-se promissoras no tratamento do TAB, especialmente em casos resistentes aos tratamentos convencionais.
Essas pesquisas refletem avanços significativos na compreensão e no tratamento do TAB, oferecendo esperança para abordagens mais eficazes e personalizadas no manejo da condição.
Entendendo Meu Funcionamento: Entre a Depressão e a Falta de Energia
Nos últimos dias, tenho sentido que os sintomas depressivos estão diminuindo. A vontade de morrer, que antes era constante, agora quase não aparece. Mas, ao mesmo tempo, sinto que os sintomas ansiosos estão aumentando. A pressão de ter que voltar ao trabalho, acordar cedo e ser produtiva me deixa inquieta. O problema é que, mesmo sabendo que preciso fazer essas coisas, eu não me sinto com disposição física nem mental para elas.
A sensação de fadiga é constante. Meu corpo parece pesado, minha mente dispersa, e tudo o que eu quero fazer é deitar e assistir algo interessante. Não é como na depressão grave, quando eu não sentia vontade de nada. Agora, eu sinto vontade, mas só de coisas que exigem o mínimo de esforço. Será que isso ainda é um resquício da depressão ou será que esse é o meu funcionamento natural? Será que o meu normal é sempre estar nesse limbo entre o cansaço e a falta de ânimo?
Meu Funcionamento Basal e o Transtorno Bipolar
Quando estou em um episódio depressivo grave, tudo perde o sentido. Não há prazer, não há desejo, não há sequer força para levantar da cama. Agora, as coisas estão diferentes. Eu consigo me interessar por algumas atividades, mas ainda me sinto sem energia para executá-las. O que me faz questionar se esse estado é o meu “normal” ou se ainda é um resquício da depressão.
Muitas pessoas com Transtorno Afetivo Bipolar (TAB) relatam que, fora das crises, o funcionamento delas não é exatamente “bom”. É como se existisse um déficit constante de energia e motivação, algo que não chega a ser uma depressão profunda, mas que também está longe do bem-estar. No meu caso, sinto que só consigo funcionar de verdade quando entro em um estado levemente hipomaníaco: minha mente se organiza melhor, eu sinto mais vontade de estudar, de trabalhar, de planejar o futuro. Mas esse estado nunca dura muito.
Isso me fez perceber que, talvez, o meu estado basal seja naturalmente mais baixo, como se meu cérebro tivesse menos dopamina do que o necessário para me sentir realmente motivada.
Fatores Que Podem Estar Influenciando Meu Funcionamento
Além da influência do TAB, outros fatores podem estar contribuindo para essa sensação de cansaço constante:
✔ Efeitos dos medicamentos: O Carbolitium pode estar me deixando mais sonolenta e diminuindo minha energia. A bupropiona, que deveria ajudar, pode não estar sendo suficiente para compensar esse efeito. Além disso, minha visão turva pode ser um efeito colateral desses remédios.
✔ Déficit de dopamina e o impacto do TDAH: O TDAH já é um transtorno associado a um nível mais baixo de dopamina no cérebro. Isso significa que eu preciso de estímulos mais intensos para sentir motivação, o que pode explicar por que minha produtividade só melhora na hipomania.
✔ Excesso de sono e falta de disposição física: Mesmo dormindo cedo, eu acordo cansada. Isso pode estar ligado à qualidade do meu sono ou a déficits nutricionais que ainda não foram investigados.
✔ Ansiedade pelo futuro: A incerteza sobre voltar ao trabalho e a cobrança por produtividade aumentam minha ansiedade e drenam ainda mais minha energia.
Como Melhorar Meu Funcionamento Sem Precisar da Hipomania?
Se meu estado basal tende a ser abaixo do ideal, eu preciso encontrar formas de aumentar minha energia e motivação sem depender da hipomania. Algumas estratégias podem ajudar nisso:
✅ Regular minha dopamina naturalmente
• Exposição à luz solar de manhã, que ajuda a regular neurotransmissores.
• Atividade física, mesmo que seja uma caminhada curta, para aumentar a dopamina e reduzir o cansaço.
• Alimentação rica em tirosina (ovos, castanhas, abacate) para estimular a produção de dopamina.
• Evitar açúcar e ultraprocessados, que causam oscilações de energia.
✅ Melhorar minha organização e motivação
• Criar uma rotina flexível que respeite meu ritmo, mas sem me deixar paralisada.
• Usar técnicas de ativação comportamental, começando pequenas tarefas para gerar motivação depois.
• Usar a Ritalina de forma estratégica, testando se ajustes na dose podem melhorar minha produtividade sem me deixar ansiosa.
✅ Investigar o que está drenando minha energia
• Observar meu padrão de sono e, se necessário, buscar um exame para verificar a qualidade do descanso.
• Verificar deficiências nutricionais, como ferro, vitamina D e B12.
Conclusão: Encontrando um Equilíbrio
O que eu sinto agora pode ser um estado basal do meu cérebro ou pode ser um resquício da depressão. O fato é que, se esse for o meu “normal”, ele ainda não é um normal que me permite viver plenamente. O desafio agora é encontrar um equilíbrio: melhorar minha energia e motivação sem precisar da hipomania. Isso significa ajustar hábitos, entender melhor meu corpo e talvez revisar o tratamento com minha psiquiatra.
Ainda há um caminho a percorrer, mas pelo menos agora eu sei por onde começar.